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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira (7), em Campo do Meio (MG), a desapropriação de três lotes de terras que fazem parte do Quilombo Campo Grande, na antiga Usina Ariadnópolis. O local foi ocupado desde 1997 por trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST). Durante o evento, foram desapropriadas a Fazenda Ariadnópolis (3.182 hectares), a Mata Caxambu (248 hectares) e a Fazenda Potreiro (204 hectares), todas em Campo do Meio.

A decisão encerra quase três décadas de batalha judicial, com diversas tentativas de reintegração de posse. "Demorou, mas saiu. O que fizemos hoje é apenas o início do pagamento de uma dívida de 525 anos com o povo brasileiro", afirmou Lula. O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, destacou que as terras pertencem agora aos assentados e que qualquer questionamento judicial será defendido pela AGU.

O Complexo Ariadnópolis fazia parte da massa falida da Usina Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A, que encerrou atividades em 1996, deixando dívidas e salários atrasados. Em 1998, foi criado o Quilombo Campo Grande, com 11 acampamentos, entre eles Betim, Campos das Flores e Chico Mendes. Atualmente, mais de 450 famílias vivem na área, cultivando mandioca, feijão, hortaliças, milho e café.

Lula também anunciou a construção de um dique e 85 casas para zerar o déficit habitacional do município. Sua aeronave pousou pela manhã em Varginha (MG), de onde seguiu para Campo do Meio, visitando produção local de goiaba, café e milho.

O evento principal ocorreu no Complexo Ariadnópolis, com a entrega de 12.297 lotes para famílias em 138 assentamentos, totalizando 385 mil hectares em 24 estados. Anúncios incluem R$ 1,6 bilhão para o Crédito Instalação, R$ 48 milhões para o Pronera e R$ 1,1 bilhão para o Programa de Aquisição de Alimentos. Sete decretos garantirão mais de 13 mil hectares e R$ 189 milhões em investimentos. Também foram assinadas portarias para novos assentamentos e o programa Desenrola Rural, focado na renegociação de dívidas de assentados.