PREOCUPAÇÃO: O preço da saca de café arábica ultrapassando os R$ 2.500 tem despertado a atenção de criminosos em diversas regiões de Minas Gerais. No Sul do estado, pequenos e grandes produtores têm relatado furtos crescentes de café – inclusive ainda no pé, diretamente nas lavouras.
Com a valorização do grão, o campo se tornou alvo fácil. Casos registrados em cidades como Ilicínea, Campestre, São Sebastião do Paraíso e Alpinópolis mostram que, em muitos episódios, os criminosos agiram sozinhos, durante a noite, levando sacas colhidas ou até arrancando os galhos da planta. Em Machado, o furto de seis sacas chegou a gerar prejuízo de mais de R$ 8 mil.
"Tem câmera, portaira, cachorro, mas não dá conta. Tenho mais medo de roubo no pé do que no barracão. Com o preço que está, meia hora e o ladrão leva um saco cheio", contou o cafeicultor Zuliander Silva, de Alpinópolis.
A situação gerou preocupação entre os produtores da agricultura familiar, que tem os impactos econômicos no ano. O assunto foi discutido recentemente na Femagri, em Guaxupé, e também em audiência pública da Assembleia Legislativa de Minas.
Quadrilhas organizadas também têm atuação: em Jacutinga, a Polícia Civil recuperou uma carga de café avaliada em R$ 2 milhões. Em Lavras, sete suspeitos foram presos por roubo de grãos prontos para exportação.
As autoridades reforçam que o combate aos crimes no campo exige integração entre produtores, cooperativas, sindicatos e polícias. "É preciso mudar comportamentos e reforçar a segurança local. Muitas vezes, o crime é alguém da convivência dos produtores", alertou o coronel Jardel Trajano, da Polícia Militar.
Créditos (Imagem de capa): Reprodução
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